O texto de hoje será repleto de muito brilho, glitter e permanente no cabelo. Hoje nós vamos falar sobre o Glam Rock.
O Glam Rock foi uma expressão artística que surgiu no começo da década de 70, criando uma contraposição ao movimento hippie, que trazia características de androginia e excentricidade. Com um visual mais elaborado, cores vibrantes e muita maquiagem, este estilo poderia aparecer até um pouco teatral.
O estilo surgiu no Reino Unido, com Marc Bolan, vocalista do T-Rex, como um dos principais nomes desta cultura. Muitos outros surgiram no cenário, sendo David Bowie um grande ícone desta época. Ele, inclusive, merece um capítulo à parte.
David Bowie trabalhou de maneira única a questão da música misturada ao visual, se tornando um dos principais nomes deste cenário criativo. Em sua fase de Ziggy Stardust, entre os anos de 1971 a 1973, o visual andrógino de Bowie trouxe à tona questões de identidade de gênero, consideradas “não convencionais”. Destaque para a eterna maquiagem de um raio desenhado no rosto, feita para a turnê “Aladdin Sane” de 1973 pelo designer japonês Kansai Yamamoto.
O estilo Glam serviu de inspiração para outros movimentos, como o Hard Rock dos anos 80. A imagem dos artistas trazendo a maquiagem pesada, cabelo trabalhados, botas, calças de couro, estampas de animal, além de muito brilho e a atitude no palco, vieram do Glam. Segundo relatos de bandas como Poison e Mötley Crüe, os integrantes pegavam as roupas de suas irmãs e adaptavam a seus corpos.
Apesar do sucesso, o destaque deste estilo foi breve. No documentário “We are Twisted F…ing Sister”, o vocalista do Twisted Sister, Dee Snider comenta que, nos anos 80, o Glam já estava fora de moda, e que provavelmente eles foram os últimos a fazerem sucesso com esta imagem.
Hoje em dia, artistas como Hayley Williams, vocalista do Paramore, ainda se inspiram em David Bowie. A cantora chegou a fazer um programa no Youtube para falar de maquiagens e o porquê de sua cor preferida de cabelo ser o laranja, inspirada em Bowie. Além dela, a banda The Darkness trouxe de volta esta estética sonora e visual em 2003.
Mas o que ficou mesmo, foi a mensagem sobre o respeito às diferenças e liberdade de expressão, e principalmente a ideia de que moda música são ferramentas artísticas que ultrapassam as roupas e o som, e servem como caminho para o exercício de um pensamento para novas formas ser.
Por Danilo Carpigiani.
