O astro pop Myles Smith se lembra da primeira vez que se sentiu famoso quando, durante um show, pediu biscoitos ao público e, em dez minutos, seu camarim estava cheio deles. Desde aquele show, a carreira do jovem de 26 anos só cresceu. No ano passado, ele conseguiu seu primeiro grande sucesso com “Stargazing“, uma música que se tornou o single britânico mais vendido de 2024 e apareceu na playlist de fim de ano de Barack Obama.
Agora, ele foi eleito o quarto lugar no Sound of 2025 da BBC Radio 1, destacando-o como um dos novos talentos mais promissores do ano. Em março, ele receberá o prêmio Rising Star do Brit Awards, seguindo os passos de Sam Fender, Adele e Rag ‘N’ Bone Man.
Em entrevista a BBC, Smith contou que soube do prêmio enquanto estava se recuperando de uma ressaca. “Na noite anterior, tentei ir beber com algumas pessoas mais experientes do que eu, e tivemos que chamar um médico para o meu Airbnb”, disse. “Descobrir que ganhei um Brit Award me trouxe de volta à vida mais do que qualquer vitamina C.”
Nascido em Luton, de uma família britânica-jamaicana de classe trabalhadora, Smith cresceu cantando junto com os discos de Motown de sua mãe. Sua primeira grande descoberta musical foi “Yellow”, do Coldplay. A diversidade social e cultural de Luton o expôs a muitos gêneros musicais diferentes. Ele começou a escrever suas próprias músicas, inicialmente compondo para instrumentais que encontrava no YouTube, e depois criando originais com um violão que ganhou aos nove anos. “Lembro-me de escrever uma música chamada Dream Girl quando eu tinha 11 anos”, disse. “Era sobre uma garota da escola e, embora ela não tenha gostado, continuei compondo.”
Smith passou a se apresentar em noites de microfone aberto e covers de artistas como Ed Sheeran e Marcus Mumford. Após concluir um curso de sociologia em 2019, ele montou seu próprio negócio, mas investiu seus ganhos em sessões de estúdio, gravando um álbum de oito faixas chamado “Scars” em 2020. Foi somente quando seu cover de “Sweater Weather”, do The Neighbourhood, se tornou viral em 2022 que ele se sentiu confiante o suficiente para largar seu emprego. Com uma base de fãs crescente, ele começou a intercalar versões cover no TikTok com trechos de músicas originais.
O sucesso “Solo” lhe rendeu seu primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e, posteriormente, um contrato com a RCA Records. Smith continuou a construir seu público, fazendo shows e postando nas redes sociais. Ele vê as mídias sociais como um “sistema meritocrático” que recompensa o esforço. “Há uma diferença entre a busca pela viralidade e a construção de uma audiência”, argumenta. “Se seu objetivo é se tornar viral, você sempre estará lutando uma batalha perdida. Mas se seu objetivo é estabelecer uma comunidade para sua música, isso é muito mais gratificante.”
Smith encerrou 2024 com várias honrarias, incluindo seu primeiro Brit Award, ser nomeado Artista do Ano pela BBC Introducing e o lançamento de seu novo EP, “…A Minute”. Em 2025, ele está conciliando a composição de seu álbum de estreia com uma agenda de turnês agitada que o verá tocando 36 shows em 60 dias em 16 países. “É muita coisa, mas poder fazer turnê é um privilégio tão grande que não parece trabalho duro.”
